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Módulo 2: Espaço vivido - 5 coleções de objetos

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Coleção de balões

Estou guardando esses balões desde março de 2021. Alguns deles são de uma proposição que realizei e outros são balões que tenho pedido para as pessoas encherem.  

Alguns dos balões murcharam ao ponto de rasgarem, outros ainda estão bem grandes. Ao colecionar esses balões, estou guardando o resquício fluídico das pessoas, permitindo a coexistência desse ar com fluidos, antigo, com o ar atual. Penso que um balão enchido há um ano traz uma relação de coexistência entre passado e presente. 

Coleção de fios

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Esses fios pertencem à minha mãe. Por conta da artrose nas mãos, ela parou de fazer crochê e tricô, coisa que nunca consegui aprender. Apesar de eu ter boas habilidades manuais, crochê e tricô foram duas coisas para as quais nunca levei muito jeito e acabei desistindo de continuar a aprender.  

Durante o processo de fotografar os fios, comecei a percebê-los como uma forma de cidade, em que as linhas se emaranham e parecem assumir vida, como se cada uma fizesse parte de uma rede, em acordo com o conceito de rede humana do sociólogo Norbert Elias (1994)*.

*ELIAS, Norbert. A sociedade dos Indivíduos. Organizado por Michael Schoröter; tradução, Vera Ribeiro; revisão técnica e notas, Renato Janine Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.

Coleção de máscaras

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Tenho guardado as máscaras que utilizo durante a pandemia da Covid-19, principalmente as de pano, usadas no início da pandemia. Essas máscaras carregam saliva, respiração antiga, medo de contaminação e um conflito entre o isolamento e a partilha.

Coleção de moedas

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Estas moedas são de 1 Cruzeiro, de 1972, e começaram a ser guardadas pelo meu avô Germano Piovezan. Meu pai continuou a guardar essas moedas e, após o falecimento dele, essas moedas ficaram comigo. A maior parte das moedas são BC (bem conservada, segundo a terminologia utilizada pelos colecionadores), não tendo muito valor monetário. Fotografar todas essas moedas fez-me pensar na dimensão temporal, pois são moedas que meu avô guardou e que agora estão comigo. Meu avô faleceu quando eu tinha 3 anos e dele só guardo essas memórias.

Coleção de memórias

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Meu pai faleceu no dia 30 de maio de 2014, quando eu tinha 15 anos. Comecei a guardar todas as fotos que encontrei e outros objetos dele que achei pela casa. Tenho essas lembranças guardadas em um saquinho laranja que fiz para ele aos 8 anos. Também guardo fotografias dos meus avós paternos, já falecidos, dentro desse saquinho. 

Fotografar essas lembranças fez-me pensar: Quando morremos, para onde vamos? Passaríamos a ser algum tipo de energia que se reintegra à natureza? Algum tipo de energia desprendida do ego, deixando de ser quem achamos que somos e passando a integrar o universo de outro forma? 

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© 2022 por Thallyta Piovezan

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